segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O PARDAL E O SONHO DE NATAL








O sonho do pequeno pardal

Era fazer uma árvore de natal

Por árvore tinha a sua casinha

Fazia falta uma estrelinha

Também podia ser um sino?

Onde procurar nem imagino

Para enfeite, uma romã

Mas desapareceu de manhã

Grande problema o seu

Mas o sonho não perdeu

Na noite brilhava o luar

Ele lá ficou a sonhar

Com uma estrela cadente

Ficaria muito mais contente


(Para todas as crianças que existem dentro de nós
porque todos temos um pouco de pardal)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Ausência



Ah! Meu amor se tu soubesses

Sinto-me perdida a alma em pedaços

O toque gélido do vazio nas noites frias

Quando não estou nos teus braços


Ah! Meu amor se tu soubesses

A ferida que dilacera a minha alma

O rio de lágrimas que desagua em mim

Quando não estou nos teus braços


Ah! Meu amor se tu soubesses

Como rasgo o silêncio em gritos

Mudos no meio da multidão

Quando não estou nos teus braços


Ah! Meu amor se tu soubesses

Quando não estou nos teus braços

Sou ferida rasgada, alma a deriva

Ah! Meu amor se tu soubesses

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

SONHEI








Sonhei


Sonhei que te amparavas em mim

Para repousares as mágoas

Mas apenas sonhei


Sonhei que te acariciava o rosto

Para te aliviar a angustia

Mas apenas sonhei


Sonhei que choravas

Eu enxugava-te as lágrimas

Mas apenas sonhei


Não tens rosto

A quem amparei,

Acariciei e

Enxuguei as lágrimas

Não sei

Apenas sonhei



terça-feira, 24 de novembro de 2009

Porque


Porque os outros se mascaram mas tu não

Porque os outros usam a virtude

Para comprar o que não tem perdão

Porque os outros têm medo mas tu não.



Porque os outros são os túmulos caiados

Onde germina calada a podridão.

Porque os outros se calam mas tu não.



Porque os outros se compram e se vendem

E os seus gestos dão sempre dividendo.

Porque os outros são hábeis mas tu não.



Porque os outros vão à sombra dos abrigos

E tu vais de mãos dadas com os perigos.

Porque os outros calculam mas tu não.



(Sophia de Mello Breyner)

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

NÓS E OS OUTROS


Alma revestida a prata
Egocentrismo que mata
Ilusão vida plena fantasia
Véu que desfigura a alegria

Deserto na alma atormentada
Reflexo na paz desesperada
Pungente vaidade a envenenar
Avidez do veneno a dissecar

Transmutação da paixão e do amor
Metamorfose da desilusão e dor
Erradica a prata que reveste o olhar
Desaproveita o vidro nu a contemplar

Escorrendo o veneno que inunda
Desalojando a maldade que afunda
Numa existência desiludida desfeita
Falta a descoberta da Vida completa perfeita

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Um Anjo Dormindo ao Luar


Deitou na areia o corpo cansado
Cobriu-o o céu com manto estrelado
A lua prateada expulsa qualquer medo
Sussurram as ondas quase em segredo

Dorme um anjo em sono profundo
Abraça em sonho as filhas de Neptuno
Embala esse sono as ondas do mar
Sussurro de mãe em canção de embalar

Transporta a brisa o cheiro a maresia
Cheiro de leite quente em manhã fria
Finda-se o sono com o sol a espreguiçar
Entrega-se o sonho ao próximo luar

Um anjo na terra perdido à beira-mar
Ou apenas dormindo para descansar
Oculta uma lágrima, tenta disfarçar
É um menino de rua, em busca de lar

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Sempre Que Precisares

A dúvida que se embrenha na tua cabeça
Onde foi, com quem está, porquê?
Esgotada de tanta tristeza adormeces
Para seres acordada a meio da noite
Por uns passos grosseiros cambaleantes
E uma mistura de cheiros estranhos
Difíceis de identificar ou suportar
Entranham-se no quarto e na alma
Ele indiferente tenta abraçar-te
Apesar de tanto amor neste momento
A tua repulsa é superior de tal forma que te
Obriga a saltar da cama e célere
Corres para o telefone lavada em lágrimas
Esquecendo as altas horas da madrugada
Socorreste-te de mim, procuras apoio
Uma palavra amiga, alguém que te ouça
Desabafas as tuas mágoas que ouço
Sem despertar na totalidade acarinho-te
Com palavras doces, prometo ver-te
Assim que o dia clarear

Estarei sempre aqui amiga

sexta-feira, 31 de julho de 2009

PARA TI AMOR


Ah meu amor

Pudesse eu esculpir
Na rocha uma mensagem
Gravando ai a tua imagem
Depois ao sopro do vento pedir

Que te enviasse este sentimento
Gravado à muito no meu coração
Dizendo que te trago no pensamento
Que para viver não encontro outra razão

Assim como o mar eternamente namora a areia
E nos seus braços deliciosamente se deixa adormecer
Também eu desejo ardentemente nos teus braços permanecer
E que sempre me encantes como o pescador pelo canto da sereia

Que o sol nunca deixe de brilhar
Quero para nós coisa igual
Um beijo bem especial
Sempre te vou amar

segunda-feira, 29 de junho de 2009

A casinha da serra


Corre o riacho devagar
Junto daquela casinha
Quem me dera lá ficar
Nunca estaria sozinha

Com o riacho a cantar
As rochas servindo de leito
Ver trutas e rãs a saltitar
Mas que quadro tão perfeito

A Flor e a Mimosa
Passam de manhãzinha
Seguem a D. Rosa
Em busca de erva fresquinha

Passa mais tarde a apitar
O carro do Sr. Padeiro
Quem quiser tem de acenar
Para comprar pão de centeio

Assim é esta pequena terra
Que fica perto do Gerês
Naquela casinha da serra
Vive gente feliz e cortês

domingo, 28 de junho de 2009



Do cimo da escarpa vejo o Tejo
Tão revolto e tão profundo
Mas nada o é mais no mundo
Que esta dor que não almejo

Saber que quem ama não mente
Saber que te tornaste indiferente
Ouves-me mas sem me escutar
E abraças-me só por abraçar

Sinto-te nos meus braços sem estares
Falta-te coragem para me deixares
Vais alimentando o meu amor
Com pedacinhos de dor

quinta-feira, 4 de junho de 2009



Queridos amigos


Porque a vida nem sempre


É como desejamos


Vou estar temporariamente


Ausente deste espaço


Agradeço a todos a amizade


E carinho com que me acolheram


Levo no meu coração


Amizade e carinho


Deixo-vos com emoção


Um raminho com cheirinho

Bel

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Vida


Deslizo pelos teus braços
Onde me transfiguro e me deixo levar
No frenesim com que me transportas
Carrego e aplaco uma fúria de te viver
Porque me arrebatas o escasso ócio
Que me resta num delírio quase irreal
Onde me dispo de benevolência
E arremesso a ira ao meu redor
Na tentativa de me libertar de ti
Sobrecarregas-me qual andarilho
À força do vento tempestuoso
Que me impulsiona sem perdão
Neste azafama sem fim
Onde o corpo quebra e a mente pede basta
Sou mais forte que as minhas forças
Sigo a corrente que me prende
Para não me sufocar, mas não me deixo prender
Um dia.....um dia digo basta

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Sem o Teu Amor


Vagueio em memórias de tristeza
Choro amargamente a tua frieza
Perdi-me nas ilusões que criei
Preservo a alegria que contigo passei


Do amor restou apenas dor e tormento
Antes perfeito hoje disperso no tempo
Punhado de cinza lançado ao vento
Pudera o coração aplacar tal momento

Restou o desprezo veneno nocivo
Abandonado no espaço o amor vivido
Atormento o meu arrastar nas asas da dor
Abafando o grito na privação do teu amor

O teu caminho do meu ficou ausente
Remas-te para longe afastaste-te de mim
O teu cheiro o teu calor, ainda está presente
Pesam-me as saudades que já tenho de ti

Meu Filho, Minha Vida

Oferta do meu filho no dia da mãe
Quis compartilhar convosco
Que linda, tão bela
Tanto amor me dá
È a flor mais bela
Que no mundo há

Seus beijos e mimos
São provas de amor
São rios que brilham
E me dão calor

Mãezinha querida
Eu vou-te dizer
És a mãe mais querida
Que eu podia ter

terça-feira, 28 de abril de 2009

Dispersa

Errante sem rumo mostra o seu olhar
Deambula disperso à procura de um lugar
Sem pressa escuda-se em busca do segredo
Procura a harmonia eclipsa-se no medo
Veste-se o semblante mora na noite escura
Segue à deriva o procurar com ternura
Anseia ancorar noutro sítio noutro lugar
Os passos apoderam-se do seu andar
Sem dar por isso achou-se junto ao mar
Onde as lágrimas ao vento foram desaguar
Pede ao vento que pergunte ao mar
Se sabe onde as lágrimas vão desaguar
Desvendar no horizonte tão triste olhar
Fazer brilhar o sol para as lágrimas secar

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Liberdade

Que nunca nos esqueçamos de brindar à liberdade
Liberdade de falar
Liberdade de escrever
Liberdade de amar
Liberdade de fazer
Liberdade de ser livre na vontade dos que se esquecem
E jamais esquecer quem lutou por ela, por nós

quinta-feira, 23 de abril de 2009


O “PEDAÇOS” recebeu com toda a estima e carinho o "Selo da Amizade" da amiga "Em prosa e verso", desde já fico muito agradecida a amiga Dulce.
E, como todos os prémios, tem suas regras, deixo-as abaixo com os nomes dos blogs escolhidos:Regras:
1 - Exibir a imagem

2 - Postar o link do blog que o premiou

3 - Publicr regras

4 - Indicar 10 blogs para receber o selo

5 - Avisar os indicados
Os blogs escolhidos são:

Enlace das almas -Babes
O cantinho da Terra do Nunca – p/p
Memórias Vivas e Reais – Pena
Paradoxos - Heduardo
Mau Triste e Feio– Osvaldo
Magic –
Poemas ao Luar – Delfim Peixoto
Africa em Poesia –
Rosa Dourada – Ondina azul
A Magia da Noite - Layara

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Quanto Vale Um Amigo?

Enquanto o Turbilhão compõe a mudança
Fico inerte nada faço
Antevejo tornar-se dono da situação
Eu apenas marioneta
Deveria levantar os braços e deixar-me ir,
No entanto emudeço
Contendo o grito preso na garganta
Agiganto a revolta calada
A sua fúria em nada se compara ao turbilhão
Que se multiplica dentro de mim
Mas não atingi a audácia para abdicar
Apenas não sei se existe algo
Para abdicar

terça-feira, 14 de abril de 2009

Amor de Mãe

Abre as asas gigantes do seu ser
Abraça o mundo que a rodeia
Fá-la feliz a chegada dos seus pintos
E os pintos dos seus pintos
Rodeada de amor, que importa
Se o dia é cansativo, apenas sabe que
Hoje não está sozinha, tem reunido
À sua mesa quem mais importa,
O seu tesouro, sabe que amanhã
Ficará apenas o eco amordaçado
Do riso das crianças que guardará
Como um bálsamo até a próxima visita

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Florzinha

Olha da sua janela aqueles petizes
Brincando no jardim meninos felizes
Espreita-os tristemente Florzinha
Segue-os com o olhar pobre menina
Chora o passarinho na prisão
Vê-la assim aperta-me o coração
Quedo-me olhando de frente para ela
Espreitando-a da minha janela
Eu que adoro a vida em liberdade
Dói ver a sua carinha de infelicidade
Sopro-lhe um beijo com a minha mão
Devolveu-mo num sorriso com emoção
Este beijo assim penetrou-me o coração
Não gosto do que vejo no seu olhar
Adivinho a dor que traz mesmo sem falar
Apeteceu-me ir lá acima e traze-la pela mão
Todas as crianças têm o direito de brincar
É tão bom brincar na terra e as mãos sujar
É tão bom brincar no chão, poder jogar pião
E o jogo da macaca, outros jogos já esquecidos
Espero que estas linhas possam dar um empurrão
Lembrar aos pais tempos por eles também vividos

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Onde me conduzes?

Louca inquietação, estranha ansiedade
Apressa-se o relógio, arrebata-se os minutos
Desprende-se os segundos eclipsam-se as horas
Esvazia-se os dias desnorteiam-se os meses
Usurpa-se os anos exturquem-me o tempo
Paira o grito enclausurado no silêncio frívolo
Do tempo estático no relógio acelerado
Saqueiam-se os segundos aos minutos tresmalhados
Em demanda das horas nos dias desaparecidas
E os dias nos meses e os meses nos anos e os anos nos séculos
Tempo intemporal que não te deténs e me apressas na tua ânsia

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Pintar fantasia


Apraz-lhe acariciar o lápis de pastel
Esbatendo-se suavemente na tela de papel
Deleita-se observando os dedos ensaiar
O toque que o pensamento vai delinear

Ou o que a sua fantasia arroja esboçar
Que tarefa delicada ousa executar
Não sei se é o espírito que se revela
Ou se o lápis ganha vida nos dedos dela

Com as cores que lhe empresta a natureza
Pinta a felicidade com muita delicadeza
Devanear uma tenção intensa e colorida
Porque finalmente aprendeu a amar a vida

Oculto na tela está brilhando o seu olhar
Só quem alcançar o poderá desvendar
Abriu o olhar ao mundo é o jeito de se dar
Sabe que a tela o consegue eternizar

terça-feira, 31 de março de 2009

Será o Destino?


Tenho uma ideia dentro de mim
O meu destino levou-me a ti
Qual a razão não te sei dizer
Mas não é só por tanto te querer
Tem de haver mais que nos aproxima
E não somos nós que o determina
Esta corrente que cresce em mim
Tenho a certeza que me prende a ti
As juras de amor que dizes em sussurro
Aceito-as de alma aberta, coração puro
Quero ficar nesse eterno momento
Escrevo o teu nome lanço ao vento
Mostrar ao mundo o meu sentimento
Envio-te o vento com o meu pensamento

sexta-feira, 27 de março de 2009

Amo-te


Apetece-me estar em silêncio
Sem que alguém possa perturbar
A lembrança dos gestos mais secretos
Que me deste de madrugada
Saborear cada centímetro do nosso amor
Apetece-me fechar os olhos
E ficar perdida no teu corpo
Ateaste um fogo que julgava perdido
Nasceu o sol de um novo tempo em mim
Abraço agora o silêncio
Dos teus gestos na madrugada
Como mar calmo a seduzir a areia da praia
Fico assim num silêncio só nosso

quarta-feira, 25 de março de 2009

Querido Amigo

Não sei porque me interessei por poesia
Se calhar porque ma lias com alegria
Não sei de ti, mas deste-me este carinho
Fizeste nascer em mim este gostinho

Canção grata
Por tudo o que me deste
inquietação cuidado
um pouco de ternura
é certo mas tão pouca
Noites de insónia
Pelas ruas como louca
Obrigada, obrigada Por aquela tão doce
e tão breve ilusão
Embora nunca mais
Depois de que a vi desfeita
Eu volte a ser quem fui
Sem ironia aceita
A minha gratidão
Que bem que me faz agora
o mal que me fizeste
Mais forte e mais serena
E livre e descuidada
Sem ironia amor obrigada
Obrigada por tudo o que me deste
Por aquela tão docee tão breve ilusão
Embora nunca mais
Depois de que a vi desfeita
Eu volte a ser quem fui
Sem ironia aceita
A minha gratidão
Florbela Espanca

Tempo sem tempo


Círculo incompleto numa espiral aberta
Em que o círculo jamais se encerra
Eterno retorno da espiral perturbada
Mas não em círculo fechada
Em que o tempo não está parado
Circulo viciado jamais encerrado
Porque o tempo não conhece o tempo
Que espero que o tempo passe
O ciclo nunca se completa
Porque o círculo não foi terminado

Quero acreditar


Porque teimo em mergulhar
Em águas turvas me deixar levar
Se sonho com água cristalina
Porque querer-te só me ensina
Que o amor não foi esquecido
Nós os dois ainda “faz” sentido
Enlaçada em ti corpo perdido
Acordo o vulcão adormecido
Para ser chama enamorada
Que te abraça na madrugada
Sou fogo que se espalha
Como se devorasse palha
Rola o amor pelo chão
Ficamos assim mão na mão

sexta-feira, 20 de março de 2009

Primavera


Chegaste para germinar cor em mim
Libertar o fardo invernoso enfim
Inundar-me a alma com as tuas cores
Oferecer-nos o cheiro de mil flores
Momentos felizes o teu corpo arrebata
E transforma em ouro o que era prata
Neste teu primeiro dia extravaso alegria
Por ser também dia mundial de poesia

quinta-feira, 19 de março de 2009

Duas Vidas, Uma Alma


Remexendo a ferida que te tira a vida
A vida que ferida não se afasta de ti
Porque essa vida não está esquecida
Para dar lugar a outra vivida assim
Procura essa vida que te tira da vida
Porque essa vida está perdida em si
Agarra essa vida que está iludida
Promessa da vida que contém em ti
Aguarda essa vida que te é tão querida
Porque um dia essa vida vai voltar para ti

Formas Imperfeitas


Há um vazio algures
Fecha-se o livro da alma
Que os dedos adormecidos
Se esquecem de encontrar
As palavras esperam mudas
Caminha à deriva o pensamento
Sem percurso traçado
Onde possa alinhar as páginas
Tropeçam nas entrelinhas
Por falta de letras
Desalinhadas ou perdidas
Procura noutro lugar
A fonte de inspiração
Que o alfabeto negou
Omitir o que foi dito
Dizer o que foi esquecido
Perder-se nas evidências
De algo inacabado

sexta-feira, 13 de março de 2009

Bom Dia


Saíste devagarinho
Sem te despedir
Mas adivinhando
Olhaste para a janela
Sabias-me lá a espera
De um sorriso
Que te ofereço
Quando me atravessas
Com o teu olhar profundo
E brilhante
Devolves-mo com um beijo
Pendurado
Nas asas de uma borboleta
Que ali passa
Voando com os primeiros
Raios de sol
Pousando nas flores
Que se espreguiçam
A abraçar a chegada
De um novo dia
De primavera

quarta-feira, 11 de março de 2009

Ao Encontro da Natureza


Do alto daquela serra esperamos o entardecer
Com o mar a nossos pés e o sol a desaparecer
Onde céu e mar se tocam e as estrelas-do-mar
Aguardam que suas irmãs do céu brilhem ao luar

Ao contemplar rara beleza extasiado fica o olhar
Onde o silêncio se quebra pelas ondas do mar
E os pássaros a rodopiar adivinham a primavera
Neste lugar tão belo onde a natureza impera

Seguimos sentido o perfume de cada flor
Que com muito amor oferece-nos o seu odor
Onde as formigas constroem o seu império
Indiferentes a nós escondem o seu mistério

E neste encontro entre homem e natureza
Lugar onde temos de nos esforçar para chegar
Vence a natureza em esplendor e grandeza
Esconde-se o sol devagar para à lua dar lugar

terça-feira, 10 de março de 2009

Presa a ti


Na encruzilhada de sentimentos
Onde tu és rei e eu a serva
Que se dobra na tua sombra
Que se molda a tua medida
Que apenas te quer amar
Que te dá corpo e alma
Na encruzilhada de sentimentos
Esquecendo-me de viver
Vou murchando como uma flor
Que colheste, mas esqueceste
De cuidar, regar, mimar
Escuta o que tenho para te dizer
Só quero um pouco do teu tempo
Carinho, companhia e compreensão
Na encruzilhada de sentimentos
Sou pássaro aprisionado em duas mãos
Canto para alegrar os teus dias
Mas não percebes que me deixas morrer
Por falta de alimento/água
Mata-me a sede (do teu amor)
Ou abre as tuas mãos
E deixa-me voar

segunda-feira, 9 de março de 2009

Anjo de Bondade


Tinhas o coração cheio de bondade
Aliado a uma grande boa vontade
A quem precisava estendias a mão
Nunca questionavas ou dizias que não

sexta-feira, 6 de março de 2009

Partiste


Partiste e eu nem tive tempo para ti
Faltou-me tempo para ir ter contigo
Como gostaria de mudar este momento
Queria dar-te um último beijo, um abraço
Tempo para te ver feliz quando te visitava
Leva contigo este pequeno jardim de flores
Descansa em paz
Minha querida
Margarete

quarta-feira, 4 de março de 2009

Quero-te


Chegas-te a mim
Como nuvem sobre o mar
Percorres-me o corpo
Como um relâmpago
Que atravessa a água
Em noite de tempestade
Resgatas-me de mim mesma
Para me devolveres ainda mais sedenta
De ti

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Lugar Perfeito


Existe em mim um eterno lugar
Que só pertence a quem eu deixar
Onde o amor tem de acontecer
Mas não é permitido fazer doer

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Por Este Caminho


Onde me levas tu caminho de mil flores
Serás por acaso o caminho dos amores
Desmedida é a tentação de te oferecer a mão
Tenho medo ou razão, vais roubar meu coração

Olhei, disseste que sim, depois disseste que não
O que terei eu a minha espera no final então
Neste caminho fechado, o que estará guardado
Terás tu reservado o coração do meu amado

Sem pressa ou ilusão, enfeitiçada dou-te a mão
Vou apanhando flores para disfarçar a emoção
És o meu caminho de vida, também encruzilhada
Lembras-me que a vida é por vezes amargurada

Parece que és a teia onde me tens apanhada
Não me mostras o final desta minha cruzada
A sorte que me espera já está por ti traçada
Seja ela qual for há muito que me foi lançada

Quando Não Resta Mais Nada


Trabalhei a vida inteira para agora estar assim
Com a vida encostada neste banco de jardim

Assim são os meus dias a olhar para quem passa
Nas suas urgentes lidas como se eu fosse traça

Sou biblioteca viva que ninguém quer ler
Acabo assim uma vida e poucos querem saber

Passo os dias a olhar para quem passa por mim
Pareço morte a lutar neste banco de jardim

Só me resta os amigos do meu banco de jardim
Jogo as cartas todo dia não tenham pena de mim

Tenho tanto para ensinar mostrem respeito por mim
Sou biblioteca da vida mas ninguém me vê assim

Quero uma mão amiga para deixar o que aprendi

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Bom Carnaval


Jasmim


Hoje quero ser assim, flor de jasmim
Sou flor da natureza, sou flor de jardim
Sou flor de encantamentos, sou jasmim
Vou fazer um feitiço, para te perderes em mim

O jasmim é a fragrância do signo do cavalo (horóscopo chinês)
corresponde ao signo ocidental - Gémeos

Moras no Meu Coração


Hoje viajei dentro de mim
Encontrei-te, encontrei-me, enfim
Demos as mãos, ficamos assim
Dentro de mim
Risos constantes, tanta beleza
Dentro de mim havia pureza
Vivíamos a vida com tanta leveza
Tenho saudades de tempos assim
Em que a inocência reinava aqui
Fugíamos os dois pelas ruas estreitas
Vielas, praças, estradas direitas
Íamos para a escola em união
Pelo caminho dávamos a mão
Que bela amizade que tínhamos então
Estudávamos, pulávamos, corríamos
Sorríamos, brincávamos , crescíamos
Pediste-me um beijo disse que não
Enviaste-me uma foto, joguei-a ao chão
Amigos sim, namorados não
Mas ficas-te a habitar o meu coração

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Prometeste



Sabes amor, aquelas rosas
Que prometeste e nunca me deste
Hoje quero uma por cada promessa
Que não cumpriste e me fizeste
Quero um beijo por cada mentira
Que eu sei que me disseste
Uma noite de amor
Por cada vez que não vieste

Mágoa


Vendaval de mágoa na noite escura
Arrastaste – me assim em grande loucura
Leva-me para longe deste pensamento
Abismo da noite, em grande tormento

Porque não sais do meu pensamento
Abismo da noite vai-te no vento
Carrega contigo a mágoa e lamúria
Abranda em mim toda esta fúria

És tempestade, mágoa sentida
Lava incandescente, estou presa perdida
Abranda a fúria, sou cinza adormecida
Rasga-se a carne, não me dou por vencida

Passo por cima da cinza endurecida
Com uma certeza vivida
Sou também eu rocha consistente
Com uma certeza em mente

Hoje amanheci diferente

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

EU


Hoje não te quero
Não, não deixei de te amar

Apenas
Me quero a mim

Vou libertar-me
Numa explosão de vida

Pinto-me de cores
E fundo-me com o arco-íris

Sou

O céu a estrelar
À procura de um lugar

Vento do norte
Em busca de melhor sorte

Barco a navegar
Na esperança de me encontrar

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Em Nome Do Amor


Uma vez és morango
Outra, limão
És presente envenenado
Que permanece ao meu lado
Quero-te perto
Pede o coração
Quero-te longe
Diz a razão

Sofro se te perder
Sofro por te ter
O que hei-de fazer?

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Hoje É Um Dia Especial


Espalho pétalas no chão
Em nome da paixão

Recebo um olhar, dou-te um gesto meu
Sinto o coração junto ao teu

Quando te toco descubro magia
Amor e fantasia

Ouço vozes dentro de mim
São sussurros sem fim

Escuto com atenção
É a voz do coração

Tantas emoções sentidas
Ficam em mim retidas

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

FICAS NO MEU CORAÇÃO

Guardo este espaço para ti
Porque és especial

Vou guardar para sempre
Um sorriso para ti
Como aquele que me davas
Quando passavas por mim

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

TESOURO


Por mais tentativas que faça não consigo escrever sobre ti

Talvez por seres a minha razão de viver.
Talvez por te ter todos os dias ao meu lado.
Talvez por ser tão grande a nossa cumplicidade.
Talvez por te dizer todos os dias que te amo.
Talvez por não te deitares sem o meu beijo.
Talvez por me chamares só por chamar.
Talvez por

Seres meu filho.

Minha Pequena Princesa


Eras tão pequenina quando te conheci
Meiga, com um olhar expressivo
Que cativa logo à primeira

Que saudades
Do tempo em que a tua mãe
Te colocava na minha cama
Para não ter de te levar para o frio

Que saudades
Do tempo em que eu corria para casa
Porque tu estavas lá

Que saudades
Do tempo em que jantava
Contigo ao colo e comias do meu prato

Que saudades
De ouvir o teu choro
Quando eu ia sair e não te levava comigo

Que tormento
Quanto a tua família te levou para longe

Que alegria
Quando te ia ver e me abraçavas
Com aqueles bracinhos pequeninos

Cresces-te, já não te lembras de mim
Mas eu
Nunca te vou esquecer

Minha pequena princesa

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

MÃE


Esta flor é para ti
Porque fazes mais um ano
Porque estás comigo
Porque me tens dado tudo
Amor
Amizade
Carinho
Companhia
Valores
Porque te preocupas
Como se eu fosse
Ainda pequenina
Porque és..... MÃE

Adoro-te

LUTA


Perguntaste-me estás bem?
Aguentas-te?
Respondi-te:
A tábua onde me encontro
É estreita
E está em desequilíbrio
Se mexo um pé
Não tenho quem me segure
No entanto sei que tenho de continuar
Só eu sei como é duro lutar
Sozinha.....