sexta-feira, 26 de março de 2010

QUERO-TE

 

Sem ti sinto-me vazia, oca de sentimentos

Sem ti não encontro razão para sorrir

Dilacera-me a alma saber-te

Longe de mim



A casa é uma árvore oca, carcomida

Pelo silêncio das tuas palavras

Pelo eco do meu apelo

Para te sentir aqui



Quero-te de volta, inteiro

Apenas só meu

Não desisto

De ti


segunda-feira, 22 de março de 2010

ÁGUA


Água pura e cristalina, por aquela encosta corria


Nos meus tempos de menina, tão bem que ela sabia

Bebe-la de mãos em concha, ninguém era indiferente

À água pura e cristalina que brotava da nascente





Mas o Homem egoísta só pensando em construção

Rompeu a serra com estradas para rápida locomoção

A nascente mantém-se lá num cantinho esquecida

Mas a água já não presta, sabe a terra ferida





Nem as árvores resistiram a tamanha devassidão

Pelo descuido do homem ou falta de formação

Nas bermas da dita estrada que mais parece lixeira

Transformou-se o harmonioso em disforme tal a cegueira





Não entendo a humanidade que só pensa em destruição

Vamos mudar de atitude e pensar em preservação

Para que a água da nascente do meu tempo de menina

Chegue a gerações futuras ainda pura e cristalina

sexta-feira, 5 de março de 2010

Rosa caida


Vagueando olhei a rosa caída

Não estava caída no meu jardim

Nem na calçada da minha rua

Nem num jardim qualquer

Nem numa rua de qualquer cidade

Não havia nenhuma rosa caída ainda

A rosa apenas definha, perdendo pétalas

Antes perfumada de vivacidade

Desabrochando todas as manhãs

Abrindo um sorriso para a vida

Dolorosa tem sido a separação das pétalas

Sobre o olhar debilitado do roseiral

Mais uma pétala cairá e depois outra

Até as mais resistentes sucumbirão

E sentirão os mesmos tremores, o aperto no peito

A sensação da partida de um ente querido

A mesma impotência das outras pétalas

Envolvo cada pétala numa lágrima e num sorriso

segunda-feira, 1 de março de 2010

O Beijo


Quando um beijo tu me der,

Não será só um beijo,

Mas sim, o querer se entregar.

Quando um beijo tu me der,

Não será apenas um beijo,

Mas sim, a confissão do teu amor.

Quando um beijo tu me der,

Nossos corpos se entrelaçarão

E nossas almas andarão juntas.

Quando um beijo tu me der,

Se é que darás tu,

Eu aceito casar com você.

Fita-me, com o teu olhar,

Aproxima-me, com o teu desejo,

Entrega-se, pois queres amar,

E cala-me, com o teu beijo.

Poema cedido pelo meu amigo Clayton Tomaz
Do livro: "Um Poeta em Conflito" - Clayton Tomaz da Luz