quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

ONTEM



Precisei e estavas lá
Chorei e limpaste-me as lágrimas
Estava perdida, mostraste-me o caminho
Tinha medo, mostraste-me a luz
Não conseguia dormir, deste-me o teu braço
É tão bom ter-te aqui

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

DOR


Hoje a dor é mais intensa
Sei que o barco se vai afundar
A tempestade é muito grande
As ondas estão muito altas
Já pediram o meu casco
É o fim

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

VAZIO



Sou um barco à deriva no meio do nada
Que outrora foi tudo
Pelo caminho deixo peças fundamentais
Conseguindo sobreviver sem as mesmas
Hoje a tempestade arrancou-me mais uma
A minha “ANCORA”
Sem a qual não sei se consigo navegar

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

ABRAÇA-ME




Acorda-me com o teu enlace
Beija-me como nunca o fizeste
Rasga-me a roupa
Abraça-me, quero o teu
Cheiro em mim
Apenas tu e eu
-
Meu ninho de amor
Entrega total

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

ÁRVORES MÁGICAS




As árvores da nossa casa, eram mágicas.

Quando éramos pequenos não havia domingo sem que corrêssemos quase de madrugada para o quintal para apanhar as moedas que “caíam” das árvores.
Pelo menos nós acreditávamos que assim era.
A mãe e o pai não eram de certeza pois os tempos eram difíceis e não havia dinheiro para isso, a avó também não, pois era muito avarenta.
Com esse dinheiro comprávamos o que todas as crianças compram bolos, rebuçados, chocolates e até pequenos livros, que de outra forma nunca poderíamos comprar.
Na verdade nunca soubemos quem espalhava as moedas.
Anos mais tarde em conversa com a minha mãe referi o assunto ao que ela me disse suspeitar do seu irmão.
O nosso tio era uma pessoa muito bondosa mas a sua esposa era de trato difícil, nunca deixando que ele se aproximasse de nós, provavelmente com medo que ele nos pudesse dar algum apoio económico.
Lembro-me que o meu tio ao passar a nossa porta, em vez de tocar a campainha, assobiava para ver a minha mãe sua irmã.
Mas voltando as moedas mágicas, ou não fizeram-nos menos pobres e mais felizes.

Que saudades do meu querido tio

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

O VESTIDO


Fizera oito anos e as primas de França trouxeram-lhe um vestido lindo, rosa-choque, alças finas, justo em cima saia rodada com tule a aparecer, digno de uma princesa.
Tinha sido a melhor prenda que recebera em toda a sua vida, e portanto decidiu que o melhor dia para o vestir seria o domingo para ir brincar com as amigas.
Chegou deslumbrante, muito direita radiante, sorriso de orelha a orelha, as amigas quando a viram chegar olharam-na de cima a baixo, voltaram a olhar e depois desataram a rir, acharam a menina ridícula, não se usa vestidos destes para ir brincar disseram.
A menina não sabia que o vestido era de cerimónia, voltou triste para casa, não vestiu mais o vestido.
Como se explica a uma menina de oito anos que não se pode ser uma princesa num qualquer dia?

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

AMAR


Segura na mão os pedaços do que foi outrora
Não se reconhece, não se sente ela
Deu-lhe o melhor de si era tudo e bastava-lhe
Mas ele quis mais, ela não lhe chegava
Procurou noutro lugar, chegou a traição
A dor dela é intensa, terrivel descoberta
O que fazer a tanto amor
A dor não a destruiu
Não será uma luta em vão
Valerá a pena lutar
A força do amor vale este perdão


(valeu a pena)